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FLOR-MULHER
Avelina Maria Noronha de Almeida
Flor-Mulher
de suave floração...
que, entre cristais,
espelhos e diamantes,
te sobressais...
ou entre farrapos,
corroída pela fome,
entre tantos outros
nomes obscuros
escondes o teu nome...
Que te agarras temerosa,
frágil, insegura, submissa
ao caule forte que te domina
(mesmo até encanecida!)
mulher-menina...
Que em jardins antigos,
penumbrosos,
guardas teus olhos límpidos, formosos
e, violeta humilde,
entre folhas escondida,
és magnífica em
tua cotidiana lida...
Flor despetalada,
pisada, machucada;
humilhada....
Flor do campo crestada pelo sol,
fustigada pelo vento,
sem experimentar o feitiço
da mais aprimorada civilização
e, talvez, mais bela por isso...
Ou flor dos versos de Drummond,
nascida na rua, desbotada,
rompendo o asfalto,
cuja cor não se percebe,
com pétalas que não se abrem,
sem nome escrito nos livros,
que furou o asfalto, o tédio,
o nojo e o ódio,
flor do poeta Drummond...
Que sobrevives na lembrança
que ficou
do perfume que tua vida
destilou...
Branca e pura margarida,
rosa rubra e sensual,
cada uma com seu
encanto especial...
Flor-Mulher! Quantas vezes
nem sabes o sentido
do que fazes
e nem conheces o teu valor,
mas vives, e trabalhas, e lutas,
em todas as eras
e primaveras,
e mais forte e bela te tornas
quando floresces no amor...
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