segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
LEMBRANÇAS DE UMA ANTIGA RUA DE CANTO
LEMBRANÇAS DE UMA ANTIGA RUA DE CANTO
Avelina Maria Noronha de Almeida
A vida tranqüila
e gostosa
de uma rua de canto...
Mulheres
sentadas ao sol,
nos passeios
de pedra, enquanto
mocinhas em flor
desfolham malmequeres.
Crianças vigiando
o passeio das formigas...
Roupas coloridas
balançando nos varais...
As horas vão passando.
As sombras caem
sobre a ruazinha de canto.
Mulheres chegam às janelas
de molduras verdes ou azuis.
“Fui no Itororó...”
Crianças brincam de roda.
“Se esta rua, se esta rua
fosse minha...”
Sonhos sobem para o ar
como balões vermelhos
“eu mandava eu mandava ladrilhar...”
mas se desmancham na noite
como balões incendiados.
E as mocinhas suspiram
sentadas sob o pé de manacá.
A lua surge acima das árvores,
escandalosamente grande
e banha de prata
a ruazinha de canto.
E quando a noite avança,
namorados
cantam
o seu amor
em serenatas.
Lembranças,
longínquas lembranças,
doces fantasmas despertados
esgarçando
a cortina
do passado.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário