sexta-feira, 29 de maio de 2009

MÃE TERRA






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MÃE TERRA

Avelina Maria Noronha de Almeida


No milagre da vida tens, Mãe Terra,
exilada de ti, uma porção
de átomos, neste meu corpo que encerra
a luz, o sonho, a pedra, a podridão...

És minha herança e és meu testamento
entre as tramas dos genes e da raça:
és também desafios que eu enfrento,
és verde relva, és água que me abraça.

Quando eu morrer, meus ossos, meus cabelos,
meu cérebro, meu sangue, e tudo enfim
teu ventre se abrirá a recebê-los,

e tu, que és mãe tão boa e generosa,
farás brotar meu corpo em um jasmim
ou na forma suave de uma rosa.

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