sábado, 19 de fevereiro de 2011

FLORES















Arquivo Pessoal




FLORES

Avelina Maria Noronha de Almeida



Meu amor plantava
flores
como eu semeio versos.
Fazeres tão diversos...
Tão diferentes...

Ele via, com deleite,
enfeitar-se o chão de rosas,
de margaridas mimosas
e de alvos copos-de-leite.

De pedras fez um caminho
e, por ele, me trazia,
todo dia, com carinho,
as flores que ele colhia.

As últimas que me trouxe,
como se uma joia fosse,
foram sua última coberta.

Como a vida é incerta!...

Hoje, levados pelo vento,
por lugares diversos,
continuo espalhando meus versos
como se lançasse sementes...

E ele, neste momento,
em que solos diferentes,
em que esplendores
estará plantando suas flores?

Nenhum comentário:

Postar um comentário