domingo, 15 de dezembro de 2013

MEMORIAL LÍRICO DA IGREJA DE SANTO ANTÔNIO




















Imagem da Internet





Memorial lírico da igreja de Santo Antônio

Avelina Maria Noronha de Almeida



Santo Antônio, milagroso, que veio de Portugal,
Era um santo poderoso dos Carijós no arraial.

Uma capela em louvor do santo, que está no céu,
Construiu com muito amor, de Sá Tinoco, o Manuel.

Por muito tempo escondida, a sua história ficou,
Porém, nas voltas da vida, um dia se revelou.

Do tempo a poeira assentada “bateu asas e voou”
E, na escrita caprichada, o que fora despontou.

Foi muita luta no início... E quanto trabalho deu!
Mas, mesmo sendo difícil, o Santo Antônio venceu.

Da igrejinha na colina, feita no Morro das Cruzes,
De brilho e ouro era a sina, e a trajetória de luzes.

Os anos foram passando... Chegou-se a mil e oitocentos,
As primaveras contando, contando chuvas e ventos.

Lá no altar, os outros santos ornavam a bela ermida.
A eles rogavam tanto os fiéis na humana lida!

Com os dias escorrendo, ia o povo trabalhando,
No moinho, o milho moendo, na mina, a pedra tirando.

Do alto de belo trono, pela Vila de Queluz,
Daquela igreja o Patrono rogava sempre a Jesus.

E, graça de Deus! Em mil oitocentos e setenta
A irmandade surgiu, de orar e servir sedenta.

Eram homens respeitados de Santo Antônio os irmãos.
Devotos e dedicados, seus sonhos não eram vãos.

O Século Vinte entrou, nele o Progresso brilhando.
No Mundo a guerra chegou, manto de dor arrastando.

Outros progressos vieram. Outras lutas explodiram.
Que passos os homens deram! Que tristezas eles viram!

O Santo Antônio querido, com aquele ar de bondade,
Não ficava distraído: zelava pela cidade,

A cidade de Queluz, que os anos atravessava
E que ele, como luz, lá do alto iluminava.

A Irmandade crescia, muitos planos realizados,
Com amor e com alegria, pelos irmãos dedicados.

Não tinha torre a igreja, o sino ficava ao lado,
Mas um belo dia, veja na torre o sino instalado!

Outro nome, certo dia, surgiu: o de Conselheiro Lafaiete.
Prosseguia a Irmandade o seu roteiro.

E havia rezas e festas, muito trabalho e ideal.
Olhe só, até serestas... coisa vista nunca igual!

E o leilão? - Olhe esta penca de bananas madurinhas!
E este vaso de avencas repicadas e verdinhas!

- Um pote de brilhantina, quem é que nele dá mais?
- Cinco mil réis! - Da menina? - Dez mil réis! - É do rapaz!

E vai fazendo mudanças do tempo a marcha implacável,
Trazendo novas nuanças, é fatal! Inevitável!

Muitas coisas permanecem, e muitas das que passaram
Os corações não esquecem, na lembrança elas ficaram.

Permanecem tantos, tantos costumes e tradições,
De Fé rituais e cantos, concorridas procissões.

Reza na terça-feira, piedosamente assistida,
Gente da cidade inteira pela devoção trazida.

Chega a trezena. Que bom! Que beleza os menininhos,
Com o seu burel marrom, ao Santo Antônio iguaizinhos!

Os fogos e as barraquinhas, do mastro o levantamento,
Os terços e as ladainhas, o desejado "pão bento".

De ajuda à Comunidade, há valores sociais.
São obras de caridade, como a sopa e muito mais.

Na Cultura, empreendedores: uma agenda diferente,
Com poetas e pintores de Lafaiete somente.

O templo sempre cuidado e o valioso patrimônio,
Com eficiência zelado, são forças do "Santo Antônio".

Terceiro Milênio. Constante trabalho e dedicação.
Planos levados avante com firmeza e decisão.

No antigo Morro das Cruzes, em feliz atividade,
Pela fé se acendem luzes, pratica-se a caridade.

Se de embates há vivências, o sucesso está à vista.
Se as lutas são contingências, as vitórias são conquista.

SANTO ANTÔNIO milagroso, que de Portugal veio,
Na colina, poderoso, há de ser sempre o esteio.


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