quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

PARADOXO





















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PARADOXO

Avelina Maria Noronha de Almeida


Se eu pudesse queimar aquela ofensa
como queimei as cartas de outro amor...
Se eu pudesse abafar a mágoa imensa
que me causou teu gesto traidor...

... seria fácil com indiferença
manter nos lábios sempre um riso em flor
e não teria os sulcos da descrença
o meu rosto marcado pela dor.

Com teu amor me alegras e torturas
e assim me sinto às vezes como alguém
que é a mais triste de todas as criaturas,

mas, paradoxo, (ri se tu quiseres...)
tu me trazes o céu, e sou também
a mais feliz de todas as mulheres.

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